sábado, 10 de julho de 2010

Escutando Sentimentos


Escutar os sentimentos é cuidar de si, amar a si mesmo. É uma mudança de atitude
consigo. O ato de existir ocorre nos sentimentos. Quem pensa corretamente sobrevive;
quem sente nobremente existe. O pensamento é a janela para a realidade; o
sentimento é o ponto de encontro com a Verdade. É pela nossa forma de sentir a vida
que
nos tornamos singulares, únicos e celebramos a individualidade. Quando entramos em
sintonia com nossa exclusividade e manifestamos o que somos, a felicidade acontece
em nossas vidas.
O sentimento é a maior conquista evolutiva do Espírito. Aprendendo a escutá-lo,
estaremos entendendo melhor a nossa alma. Não existe um só sentimento que não
tenha
importância no processo do crescimento pessoal. Quando digo a mim mesmo "não
posso sentir isto", simplesmente estou desprezando a oportunidade de autoinvestigação,
de saber qual é ou quais são as mensagens profundas da vida mental.
O exercício do auto-amor está em aprender a ouvir a "voz do coração", pois nele
residem os ditames para nossa paz e harmonia.
Os sentimentos são guias infalíveis da alma na sua busca de ascenção e liberdade. O
auto-amor consiste na arte de aprender a escutá-los, estudar a linguagem do coração.

Pelo Espírito: Ermance Dufaux
Do livro: Escutando Sentimentos
Psicografia: Wanderley Soares de Oliveira

Oração Pelo Amor



ORAÇÃO PELO AMOR

Senhor,

Estamos exaustos pelos descaminhos por que optamos.

Escolhemos o desamor e tombamos na decepção e na revolta.

Assegura-nos rumos novos.

Ante o convite da ilusão, fortifica-nos para fugirmos dos atalhos e aderirmos à Verdade.

Falta-nos força e coragem para amar como deveríamos. Por isso Te rogamos que supra nossas inibições.

Encoraja-nos a zelar com carinho por aqueles que deliberadamente não nos querem bem.

Amplia-nos o discernimento no uso do equilíbrio com quantos fortalecem com amor Tua participação em nossos passos.

Jesus, ensina-nos o amor para que vivamos no coração os sublimes sentimentos que há muito louvamos na palavra e esquecemos ou não sabemos como aplicar.

Permita-nos aprender a gostar da vida e amar a nós mesmos, enaltecendo o mundo com a cooperação na Obra Excelsa do Pai e celebrando a dádiva da vida em nossos caminhos de cada dia.

Pela súplica sincera que brota de nossa alma nesta hora, de nós receba, hoje e sempre, a gratidão de quantos te devem tanto por receber mais que merecemos do Teu inesgotável amor.

Obrigada, Senhor!


Pelo Espírito: Ermance Dufaux
Do livro: Escutando Sentimentos
Psicografia: Wanderley Soares de Oliveira

quinta-feira, 8 de julho de 2010

Perdoar Sempre


Não são poucas as pessoas que carregam dentro de si um baú com mágoas, amarguras e ressentimentos. Por mais que elas nem toquem no assunto, fica claro o amargor que carregam nas suas almas. Algumas até adoecem – mesmo !
Tenho pensado muito sobre isso esses dias. Estou arrumando a casa interior e me deparei com meus baús.
Descobri que quando a gente não perdoa uma pessoa, ela passa a ter uma força enorme sobre nós, mesmo que estejamos a quilômetros de distância, até mesmo há décadas sem contato algum. Não importa. Está dentro da gente.
É preciso reconhecer o mal que a falta de perdão provoca. Mais do que o mal, o dano que se estabelece em nossa vida.
Das duas uma: continuamos amargurados, adoencendo lentamente, ou nos desintoxicamos, decidimos perdoar, jogar fora o lixo e deixar nosso ofensor ir embora de vez – de dentro de nós.
Perdoar o nosso ofensor não o torna inocente, muito pelo contrário. Não perdoamos porque ele seja merecedor, mas perdoamos porque precisamos nos livrar deste peso.
Perdoamos porque nós precisamos retomar a nossa vida, porque precisamos quebrar a força que nosso ofensor possa ter sobre nós. Essa força fica clara quando nos ressentimos ao ouvir falar dele, ouvir sobre seus dias felizes, ou triunfamos com suas mazelas.
Melhor esquecer. Melhor tocar a vida adiante. Melhor jogar o lixo fora.
Essa uma das decisões mais difíceis da nossa vida – mas a mais libertadora, que nos ajuda a ser uma pessoa melhor.
Sou testemunha viva disso.
Perdoar e esquecer nos ajuda a ser pessoas melhores e ter uma vida melhor.

quarta-feira, 7 de julho de 2010

Um Quarto deHora


Um Quarto de Hora

Quando tiveres um quarto de hora à disposição, reflete nos benefícios que podes espalhar.
*

Recorda o diálogo afetivo com que refaças o bom-ânimo de algum familiar, dentro da própria casa; das palavras de paz e amor que o amigo enfermo espera de tua presença; de auxiliar em alguma tarefa que te aguarde o esforço para a limpeza ou o reconforto do próprio lar; da conversação edificante com uma criança desprotegida que te conduzirá para a frente as sugestões de boa vontade; de estender algum adubo à essa ou aquela planta que se te faz útil; e do encontro amistoso, em que a tua opinião generosa consiga favorecer a solução do problema de alguém.

*

Quinze minutos sem compromisso são quinze opções na construção do bem.

*

Não nos esqueçamos de que a floresta se levantou de sementes quase invisíveis, de que o rio se forma das fontes pequeninas e de que a luz do Céu, em nós mesmos, começa de pequeninos raios de amor a se nos irradiarem do coração.

* * *

Xavier, Francisco Cândido. Da obra: Caridade.
Ditado pelo Espírito Meimei.

O Poder da gentileza


O Poder da Gentileza

Eminente professor negro, interessado em fundar uma escola num bairro singelo, onde centenas de crianças desamparadas cresciam sem o benefício das letras, foi recebido pelo prefeito da cidade que lhe disse imperativamente, depois de ouvir-lhe o plano:

- A lei e a bondade nem sempre podem estar juntas. Organize uma casa e autorizaremos a providência.

- Mas, doutor, não dispomos de recursos... - considerou o benfeitor dos meninos desprotegidos.

- Que fazer?

- De qualquer modo, cabe-nos amparar os pequenos analfabetos.

O prefeito reparou-lhe demoradamente a figura humilde, fez um riso escaninho e acrescentou:

- O senhor não pode intervir na administração.

O professor, muito triste, retirou-se e passou a tarde e a noite daquele sábado, pensando, pensando...

Domingo, muito cedo, saiu a passear, sob as grandes árvores, na direção de antigo mercado.

Lá comentando, na oração silenciosa:

- Meu Deus, como agir? Não receberemos um pouso para as criancinhas, Senhor?

Absorvido na meditação, atingiu o mercado e entrou.

O movimento era enorme.

Muitas compras. Muita gente.

Certa senhora, de apresentação distinta, aproximou-se dele e tomando-o por servidor vulgar, de mãos desocupadas e cabeça vazia, exclamou:

- Meu velho, venha cá.

O professor acompanhou-a, sem vacilar.

À frente dum saco enorme, em que se amontoavam mais de trinta quilos de verdura, a matrona recomendou:

- Traga-me esta encomenda.

Colocou ele o fardo às costas e seguiu-a.

Caminharam seguramente uns quinhentos metros e penetraram elegante vivenda, onde a senhora voltou a solicitar:

- Tenho visitas hoje. Poderá ajudar-me no serviço geral?

- Perfeitamente - respondeu o interpelado -, dê suas ordens.

Ela indicou pequeno pátio e determinou-lhe a preparação de meio metro de lenha para o fogão.

Empunhando o machado, o educador, com esforço, rachou algumas toras. Findo o serviço, foi chamado para retificar a chaminé. Consertou-a com sacrifício da própria roupa. Sujo de pó escuro, da cabeça aos pés, recebeu ordem de buscar um peru assado, a distância de dois quilômetros. Pôs-se a caminho, trazendo o grande prato em pouco tempo. Logo após, atirou-se à limpeza de extenso recinto em que se efetuaria lauto almoço.

Nas primeiras horas da tarde, sete pessoas davam entrada no fidalgo domicílio. Entre elas, relacionava-se o prefeito que anotou a presença do visitante da véspera, apresentado ao seu gabinete por autoridades respeitáveis. Reservadamente, indagou da irmã, que era a dona da casa, quanto ao novo conhecimento, conversando ambos em surdina.

Ao fim do dia, a matrona distinta e autoritária, com visível desapontamento, veio ao servo improvisado e pediu o preço dos trabalhos.

- Não pense nisto - respondeu com sinceridade -,tive muito prazer em ser-lhe útil.

No dia imediato, contudo, a dama da véspera procurou-o, na casa modesta em que se hospedava e, depois de rogar-lhe desculpas, anunciou-lhe a concessão de amplo edifício, destinado à escola que pretendia estabelecer. As crianças usariam o patrimônio à vontade e o prefeito autorizaria a providência com satisfação.

Deixando transparecer nos olhos úmidos a alegria e o reconhecimento que lhe reinavam n'alma, o professor agradeceu e beijou-lhe as mãos, respeitoso.

A bondade dele vencera os impedimentos legais.

O exemplo é mais vigoroso que a argumentação.

A gentileza está revestida, em toda parte, de glorioso poder.

* * *

Xavier, Francisco Cândido. Da obra: Alvorada Cristã.
Ditado pelo Espírito Neio Lúcio.